Norte, sul ou os dois – Qual o melhor estilo de kung fu?

Kung fu, antes de ser uma luta, é uma arte. E como toda arte, existem várias formas de expressá-la. E isso é o que mantém o kung fu vivo há tantos anos.

Existem estilos para todos os gostos: acrobáticos, práticos, que desenvolvem a energia interna, que desenvolvem energia externa, com poucos e efetivos golpes, com muitos golpes que permitem milhares de combinações e contra-combinações, e por aí vai.

O kung fu é rico demais para concentrar todas as suas vertentes em um só estilo. E existem diferenças entre objetivos de estilos também. A perfeição das acrobacias e altura dos chutes de um estilo do norte exige uma base diferente da firmeza e segurança dos socos de um estilo do sul. Um estilo focado em competições de contato e/ou semi-contato não poderá demonstrar movimentos semelhantes a um estilo focado em competições de formas com ou sem armas.

Como disse Yp Man, criador do estilo mais praticado de Wing Chun do mundo: “O problema não é o estilo, é você”. Cada estilo atende a uma necessidade, basta você descobrir quais são as suas e se elas se adaptam ao estilo praticado.

Algumas vezes, vemos estilos que utilizam movimentos muito diferentes daqueles que estamos habituados. Não tem problema, provavelmente, esses movimentos vão se encaixar e formar novas combinações que, por sua vez, enraizam um estilo novo. Kung fu é mais do que uma sequência de movimentos. Vide o Jeet Kune Do, por exemplo, que deixa de lado os katis. E quem se arrisca a dizer que o estilo criado por Bruce Lee não é kung fu? A verdade é simples, mas difícil de entender: “Tudo é kung fu” como disse nosso shifu uma certa vez.

Portanto, você que chegou até aqui na leitura esperando uma resposta certeira para qual é o melhor estilo de kung fu, sinto muito, não é tão fácil assim. Na verdade, nunca é, pois se é fácil, ai sim podemos ter uma suspeita de que não é kung fu.

Teste de faixa – 26/06

O tempo está curto e os compromissos estão longos. Por isso, pouco tempo sobra para dedicar ao blog e a outras coisas mais. Ainda mais com os trâmites de organização da academia na Barão do Rio Branco.
Em todo caso, vai rolar o próximo teste de faixa dia 26 de junho – próximo domingo – na escola municipal Durival de Britto e Silva.
Esse teste vai ser bem especial, pois teremos o primeiro aluno pegando faixa preta em um longo período, além de um número recorde de alunos pegando faixa amarela de uma só vez (o maior número de alunos desde quando entrei na academia).
Postaremos as fotos, mas com certeza seria muito mais interessante se você visse os melhores momentos ao vivo e a cores, não é não?

Os animais e o kung fu. Parte 3 – o leopardo


O animal
Na natureza, o leopardo é um dos felinos mais fracos que existem. Entretanto, para compensar esse ponto, ele desenvolve outros. Acima de tudo, o leopardo se comporta na natureza como um estrategista, astuto e preparado. Ele compreende quais as lutas em que ele realmente deve entrar e percebe que algumas vezes a melhor solução pode ser recuar.
Sua agilidade permite que ele consiga facilmente cercar uma presa, ao mesmo tempo em que ele pode fugir de qualquer combate desnecessário. Mais fraco que o leão e que o tigre, ele confia muito mais em seu discernimento que em suas habilidades físicas.

O estilo
O estilo de kung fu do leopardo é caracterizado por ataques expressivos, embora eles não sejam tão expressivos quanto os ataques do tigre. Para compensar a limitação de sua força, ele utiliza outros elementos, como sua agilidade, que acaba aumentando o impacto de qualquer ataque.
Para praticar o estilo do leopardo, qualquer estudante precisa desenvolver 3 pontos: os músculos externos, para ser capaz de realizar ataques rápidos e defesas agressivas com o mínimo de desgaste do corpo; a paciência, para conseguir discernir o momento certo de atacar ou defender e a agilidade, que aliada à explosão muscular, permite a realização de ataques e defesas rápidas e saltos de esquiva.
Enquanto no estilo do tigre as defesas são feitas com o objetivo de abrir caminho para um contra-ataque, as defesas do estilo do leopardo são caracterizadas por serem ofensivas, utilizando a força do oponente contra ele mesmo, desencorajando-o a realizar novos ataques. Essa é uma das características mais específicas do estilo.
Os ataques, realizados normalmente em ângulos para dificultar a defesa e facilitar a penetração, visam danos internos. Ao enfrentar um praticante do estilo do leopardo, a pessoa só perceberá o quanto ela está ferida quando for tarde demais. Embora o praticante, assim como o animal, saiba que um ataque só deve ser feito como último recurso.

O teste de faixa


Testes de faixa são sempre legais. Gente nervosa, gente ansiosa, gente esperando para tentar demonstrar as habilidades desenvolvidas nos últimos meses.
Cada academia tem seu teste de faixa, por isso é difícil explicar como é um. Mas se você tiver a oportunidade, veja um.
No estilo Hu Phai, para que a pessoa possa mudar de faixa, é necessário que ela prove seu desenvolvimento técnico, físico e mental, demonstrado através da execução de sequências de resistência física, sequências técnicas e, em testes a partir da faixa amarela, o desenvolvimento de um kati. Existem testes de graduação, que são um pouco mais complexos e um pouco mais difíceis de
explicar também. Mas isso, é assunto para uma outra hora.
Nesse final de semana (27/06) vai ter um da academia lá no Centro de Esportes e Lazer da Vila Oficinas. Quem quiser, pode ir lá conferir. Se perder, não se
preocupe, semana que vem postamos as fotos do teste. Até lá, fique com fotos e vídeos de testes passados:












Só avisando, quem quiser alguma das fotos, é só mandar um e-mail, uma twittada ou um comentário que eu mando, ok?